Com potencial para causar grandes prejuízos econômicos, a doença vassoura-de-bruxa da mandioca foi identificada pela primeira vez no Amapá em 2023. Segundo técnicos da Embrapa Amapá, é a primeira vez que essa ameaça é detectada no Brasil.
O fungo foi inicialmente identificado em plantações de mandioca nas terras indígenas de Oiapoque, na fronteira com a Guiana Francesa. Posteriormente, foi encontrado nos municípios de Calçoene e Amapá, ao sul de Oiapoque.
Preocupado com a situação, o deputado Júnior Favacho (MDB) teve aprovado, na sessão ordinária da última quinta-feira (30), requerimento para a realização de audiência pública com o tema “A grave situação causada pela vassoura-de-bruxa no cultivo da mandioca”, marcada para o dia 13 de novembro, às 9h, no plenário da Assembleia Legislativa do Amapá (Alap).
“A mandioca é uma das principais culturas alimentares e econômicas do Amapá, especialmente na região Norte, onde representa uma importante fonte de renda para agricultores familiares e comunidades tradicionais. No entanto, a produção dessa cultura tem sido gravemente comprometida pela disseminação da doença conhecida como vassoura-de-bruxa, causada por fitoplasmas e transmitida por vetores como cigarrinhas, além da propagação por manivas contaminadas”, defende o deputado na justificativa do pedido.
A vassoura-de-bruxa na mandioca provoca deformações na planta, brotações anormais, redução no tamanho das raízes e, consequentemente, queda significativa na produtividade, tornando muitas lavouras economicamente inviáveis. O avanço da doença tem gerado impactos severos na segurança alimentar, na economia local e na sustentabilidade da agricultura familiar.
Na audiência pública serão ouvidos especialistas, pesquisadores e representantes de instituições técnicas e científicas. Agricultores que enfrentam perdas econômicas e dificuldades de acesso a mudas sadias também participarão do debate.
De acordo com a programação, serão discutidas estratégias de controle, prevenção e recuperação das áreas atingidas, além de políticas públicas emergenciais e de longo prazo, como programas de distribuição de manivas certificadas, assistência técnica, fomento à pesquisa e controle dos vetores da doença.
“Além disso, a audiência pública permitirá a articulação entre diferentes esferas do poder público — municipal, estadual e federal —, universidades, institutos de pesquisa e organizações da sociedade civil, com o objetivo de construir um plano de ação eficaz e colaborativo para conter o avanço da doença e proteger a cadeia produtiva da mandioca. Portanto, justifica-se plenamente a convocação desta audiência pública como medida urgente e necessária para enfrentar os prejuízos causados pela vassoura-de-bruxa, garantindo a preservação de uma cultura essencial para a alimentação, a economia rural e a cultura alimentar amapaense”, frisou Júnior Favacho.
Fotos: Dircom/Alap
